terça-feira, 11 de março de 2014


A Educação de Pessoas com Surdez

A educação de pessoas com surdez implica relacionar duas condições opostas; a de quem educa; a de quem será educado, pois envolve dois complexos mundos, impulsionados pela vontade e necessidade de desenvolvimento mental e pessoal. Quando se instaurou um intenso debate entregestualistas e epistemológicos, há aproximadamente dois séculos atrás, o interesse pela educação escolar de pessoas surdas tornou-se uma realidade e lugar de grande relevância nas políticas públicas, nos debates, pesquisas científicas e nas ações pedagógicas voltadas para educação desses alunos.

 Ao longo dos anos, foi possível observar o surgimento de três concepções desenvolvidas sobre a educação escolar sobre pessoas com surdez. Tais abordagens estão fundamentadas em conceitos diferentes: a oralista, a comunicação total e a abordagem por meio bilingüismo. Associadas propostas educacionais que ora visa à inserção desses alunos na classe comum, ora na classe especial ou na escola especial.

As propostas educacionais, pautada no oralismo, não trouxeram resultados satisfatórios, uma vez que deixaram similares as diferenças, desprezando a língua de sinais dessas pessoas, direcionando apenas os processos educacionais na ótica da reabilitação e na naturalização biológicas. Preliminares afirmavam que a comunicação total definia a pessoa com surdez de maneira natural, admitindo suas características e reservando o uso de todos e qualquer recurso possível para interação, dando forças as interações sociais, destacando as áreas cognitivas, lingüísticas e afetivas do aluno. Dessa maneira, na visão de Moura (2000), o alfabeto digital foi usado para ensinar a ler e a gramática era aprendida por meio da Língua de Sinais.

Acredita-se que a educação é um direito de todos, e, então, só será possível quando todas as barreiras do comodismo, da paralisia mental do preconceito forem derrubadas, valorizando os ser humanos e abrangendo os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e manifestações culturais. Diante dessa realidade e certeza, os indivíduos não podem deixar de estar inseridos neste contexto, independentemente de suas deficiências físicas. Embora exista uma nova política de educação especial essencialmente para pessoas com surdez, mas voltada para perspectiva inclusiva, houve uma processual expansão nos meios sociais e nas praticas institucionais. Mas as políticas prontas e acabadas correspondem realmente a todos os desafios e discussões ocorridas no ambiente escolar? Existem diversas propostas que precisam ser revistas com intuito de saber se essa pratica de ensino e aprendizagem nas escolas públicas e privadas apresentam caminhos seguros e consistentes para educação de pessoas com surdez que, segundo Damázio (2005), impedem o desenvolvimento e provocam a repetência e a evasão, ocasionando o fracasso escolar[1]. Os olhares otimistas para essa nova politica apontada para uma perspectiva real e futura é aceitável, considerando que a obscuridade que enterrava os conceitos previamente concebidos ainda existe, ocasionando o rompimento com paradigma da dicotomização entre oralistas e gestualistas, posicionando essas pessoas com surdez na concepção pós-moderna. Neste ponto, torna-se possível fazer uma breve abordagem sobre a bilíngue para educação linguística para pessoas surdas.

Diante de tudo o que foi colocado, de estudos já realizados e praticas aplicada as essas pessoas, os resultados ainda não alcançam os objetivos que os mesmos precisam para serem vistos com unicidade e respeito, e destacadas com suas habilidades e competências no meio social que circunda. Especificara ideia de que interpretar a pessoas com surdez à luz do pensamento pós-moderno é não acredita no ser humano como arcabouço biológico, com sua deficiência física, mas sim como potencial capaz, oferecer condições para ser estimulado a desenvolver não apenas aspectos visuais-gestuais, mas também, diversos outros recursos de linguagens. Além disso, as novas alternativas votadas para adequação desses indivíduos são muito significativas.

Portanto, foi possível concluir através de detalhados estudos que levaram a romper determinadas barreiras provocadas por fundamentos pedagógicos ultrapassados, dando primazia às novas concepções pedagógicas, gerando eficiência e qualidade na aplicação desses métodos, promovendo a inclusão desses alunos numa classe comum, através de uma abordagem bilíngue, de acordo com preceitos legais, na qual a Libras e Língua Portuguesa, direcionadas a instrução e comunicação.

 

Referencias

MOURA, Maria Cecília. O Surdo: Caminhos para uma Nova Identidade. Rio de Janeiro: Revinter, 2000.

 

DAMÁZIO. Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar de Pessoa com Surdez: uma proposta inclusiva. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2005. 117 p. Tese de Doutorado.



[1] Pedagoga, Doutora em Educação pela Unicamp/SP e professora pesquisadora da Universidade Virtual Brasileira/UFC e Fundação Conviver para Ser/Unicaldas.